Desde 2014, o brasileiro vem sofrendo as consequências de uma crise financeira e, acompanhando a tendência desses últimos anos, os reflexos ainda foram bem sentidos em 2018.
Segundo dados da Kantar Worldpanel, hoje o cenário econômico nacional tem 2 certezas: a ampliação do endividamento das famílias - principalmente das classes C, D e E -, e o crescimento da procura por renda informal.
Os números
O aumento do desemprego é um dos principais resultados de qualquer crise econômica e, por isso, o peso do salário mensal tem sofrido queda ano após ano nos lares do Brasil.
Para dar conta de enfrentar esse problema cresceu a busca por ganhos informais. O objetivo é complementar ou mesmo compor o rendimento da família.
Pesquisa da Holistic View, feita em mais de 11.300 lares em todas as regiões do país, apresenta que a renda insuficiente faz com que a metade das famílias gaste mais do que pode, gaste mais do que ganha.
As despesas superam, em média, 2% do faturamento.
O estudo afirma que desde 2015, as pessoas ainda tentam recuperar o poder de compra.
As dívidas
Quem mais sente a redução de recursos são as classes mais baixas, que acabam até mesmo se endividando.
A classe C representa 49% do total da população do país e gasta até 5% mais do que recebe.
As classes DE correspondem a 25% da população e a taxa de endividamento delas chega perto dos 6%.
As classes AB são 26% do total da população e são as únicas que mantiveram números positivos quando pensamos em ganho e consumo.
A análise feita por região mostra que apenas o estado de SP tem renda média superior as despesas. O valor é de 5,7%. O Rio de Janeiro é a localidade com maior taxa de endividamento (13,9%). As regiões Norte e Nordeste têm a menor média (R$ 2.514) e o Centro-Oeste, o maior rendimento (3.539).
Os gastos
A maior parte dos gastos das pessoas é com alimentação dentro do lar, seguida de transporte e habitação.
A queda do rendimento familiar traz mudanças nos itens consumidos.
A pesquisa mostra ainda que de 2017 para o ano passado, caiu o tanto de investimentos em serviços financeiros, em comunicação e em cigarros.
Lazer e bem-estar (comida e bebida fora de casa) e também vestuário estão no TOP 10 dos itens que contribuem para o aumento de gastos.
Outro destaque favorável foi o consumo da categoria por habitação, especialmente na compra de material de construção.