As eleições na Bolívia marcada para dia 18 de outubro, tiveram nessa sexta-feira (18) uma reviravolta. A presidenta interina Jeanine Àñez, retirou sua candidatura para a próxima eleição presidencial.
Em seu discurso publicado nas redes sociais, a presidenta convoca os bolivianos a se movimentarem e não deixarem o partido de Evo Morales ganhar novamente. O qual este tem liderado as pesquisas de opinião pública, mas com outro representante, o então Luis Arce.
Luis Arce é candidato do Movimento ao Socialismo (MAS), o mesmo partido do ex-presidente Evo Morales, afastado do cargo em novembro de 2019 por irregularidades eleitorais e outros escândalos envolvendo o seu nome.
Jeanine Àñez anuncia desistência acompanhada de aliados
A presidenta interina em um vídeo de cerca de quatro minutos publicado nas suas redes sociais, disse que o voto democrático está divido, e pode ser que com isso, o MAS ganhe novamente, e se caso ele ter a vitória, a ditadura voltará em território boliviano.
Ela estava acompanhada do seu candidato a vice, o empresário Samuel Doria Medina, e de outros líderes da sua aliança. Em seu discurso de renúncia, Áñez não se pronunciou sobre apoiar Carlos Mesa, o adversário mais próximo de Luis Arce.
O apoio se deu tendo em vista que Mesa questionava a suposta falta de caráter de Àñez para enfrentar o MAS, após ela ter colaborado com o ex-presidente Morales quando ainda presidia o Senado.
Da posse ao afastamento envolvendo escândalos
Depois que Evo Morales renunciou, a próxima a ocupar o cargo de presidente foi Jeanine Àñez, a qual trabalhava no Senado. Quando assumiu, ela conseguiu conter as movimentações do povo boliviano quanto às atitudes de Evo Morales em seu mandato.
Com a chegada da pandemia, a presidenta teve que administrar por oito meses o país que necessitava de urgência sanitária e médica, devido a precariedade dos serviços básicos de saúde.
Em contrapartida, o que a perseguiu em sua gestão foi o descobrimento de Àñez em esquemas de corrupção, principalmente no caso de uma compra superfaturada de 170 respiradores espanhóis pelo Ministério da Saúde. Depois desse episódio, o então ministro Marcelo Navajas se encontra em prisão domiciliar.