Você sabe como a gente constrói as memórias? O interessante do assunto é que a gente constrói ela de um jeito não visto como “natural” ou “ordenado”. Vamos entender!
Por exemplo, se formos parar para tentar se lembrar de alguma pessoa que encontramos no mesmo dia, mas lá no início, de manhazinha, vamos começar a enxergar a pessoa em nossa cabeça... Até aí tudo bem.
Mas, em seguida, preencher os detalhes de como foi a situação, como os formatos, estampas e as cores do momento em que estiveram juntos.
Esse tipo de processo passa na maioria das vezes despercebido, porém, cientistas ingleses fizeram uma pesquisa e descobriram que as nossas memórias sempre são reconstruídas, porém, não da mesma formo como a gente as vê.
O que a pesquisa diz
O autor dessa pesquisa foi Juan Linde Domingo e a mesma foi realizada para o site da Universidade de Birmingham.
Segundo o pesquisador, mesmo que as nossas memórias aparentam ser um olhar interno com imagens vívidas por nós, na verdade elas não são tão simples instantâneos do nosso passado, mas acabam sendo reconstruídas por representações.
O objetivo dessa pesquisa era de conseguir ajudar na forma como são analisados os depoimentos das testemunhas de crimes.
E com a pesquisa ficou provado que quando recapitulamos as primeiras informações, as conceituais, logo depois vamos lembrando dos seus detalhes mais técnicos, o oposto de quando enxergamos de fato.
Como foi feita a pesquisa
Para a realização do estudo, ao todo foram utilizados 49 voluntários, que toparam em ter as suas atividades cerebrais monitoradas por 128 eletrodos, sendo todos presos ao couro cabeludo da pessoa.
Os pesquisadores foram observando todas as mudanças que apareceriam nos padrões cerebrais, sempre com muita precisão de milissegundos.
E, durante o processo de monitoramento, eles podiam observar as imagens de objetos e iam associando com palavras, mas de forma única.
Na sequência, os pesquisadores iam mostrando cada palavra ao voluntário e pedindo para que o mesmo fosse reconstruindo uma imagem com o máximo de detalhes possíveis, porém, tudo de forma mental.
Após isso, os cientistas fizeram um treinamento com um algoritmo, para que eles pudessem decodificar o tipo de imagem e a forma com que os colaboradores acabavam recuperando as mesmas e fazendo novas descobertas.
A recuperação da informação
A autora e desenvolvedora de todo o estudo, ao lado de Juan Linde Domingo, foi a Doutora Maria Wimber.
Para ela, as pesquisas mostram que os colaboradores estavam conseguindo recuperar muitas informações até mesmo diferenciando se eles estavam pensando em coisas diferentes, como um objeto ou até mesmo um animal, bastante apenas ouvir a palavra de lembrete.
Com todo esse estudo desenvolvido por Juan Linde Domingo e Maria Wimber, espera-se que no futuro, aperfeiçoando melhor o projeto e analisando mais pessoas tudo vá se desenvolvendo.
E o resultado a longo prazo deve ser usado na reconstituição de crimes, ajudando as testemunhas a identificar detalhes que podem ser cruciais para uma investigação.
A mente humana é um aliado muito poderoso, e devemos usar ela da maneira correta, processando todas as informações, para quem sabe, logo isso não comece a mudar e seja usado para o bem.