Com as altas temperaturas, o verão, as férias e as praias se tornam bem atrativas para todo mundo que quer se refrescar. Afinal, quem se recusa a tomar um belo banho de mar ou relaxar um pouco em cachoeiras, fugindo de todo o calor?
Porém, também estamos em uma época com muitas chuvas e esse simples fato quer dizer uma coisa importante: aumenta consideravelmente o risco de trombas d'água.
O que é tromba d'água?
As trombas d'água, conhecidas em algumas regiões como tromba marinha, é um escoamento giratório com linhas de corrente em padrão circular ou espiral, chamado de vórtice, que gera uma movimentação ao centro de rotação... na água!
Com essa vórtice, que até lembra uma nuvem em forma de funil, são geradas mesociclones de até 10 km de diâmetros. Essa tromba d'água é mais comum em locais com clima tropical.
O evento ocorre quando chove em nascentes de um rio e o fluxo é rapidamente ampliado, subindo o nível em vários metros em questão de segundos.
A tromba d'água também pode ser confundida com outro fenômeno climático, que são os tornados em grandes rios ou até mesmo nos mares. No Brasil, ainda é muito confundida com uma forte chuta em uma pequena área.
Mortes recentes por tromba d'água no Brasil
No final de dezembro, em São João Batista do Glória, em Minas Gerais, 6 pessoas acabaram sendo engolidas por uma tromba d'água.
Todas as vítimas estavam visitando uma cachoeira em uma fazenda, que fica na região Serra da Canastra, conhecida como cachoeira do Zé Pereira.
De todas as pessoas, apenas uma sobreviveu, mas para isso, teve que buscar refúgio em uma gruta e após passar o fenômeno, andou por 3 dias até chegar a outra fazenda próxima.
Também no final de dezembro, a tromba d'água fez mais vítimas no Brasil. Na cidade de Saúde, na Bahia, um banhista morreu, enquanto em São Roque de Minas, em Minas Gerais, 2 adolescentes foram a óbito pelo fenômeno.
Como identificar o risco de tromba d'água
Um dos principais indícios de que uma tromba d'água pode estar a caminho é quando encontramos materiais flutuantes no rio e folhas secas, é o que alerta o chefe do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Fernando Tatagiba.
Ele ainda ressalta que quase sempre é possível saber quando o fenômeno está chegando, mas requer muita atenção, já que os indícios são sempre sutis e tudo ocorre rapidamente.
O profissional recomenda sempre que antes de ir se banhar em um rio, marque o nível das águas, com pedras e troncos. Se perceber que o mesmo está subindo, saia imediatamente do rio e busque o local mais elevado possível.
Fernando Tatagiba também alerta que locais com encosta ingremes e afastados das nascentes dos rios são mais sujeitos ao fenômeno, e os próximos às cabeceiras os menos perigosos.
Ele também alerta que os donos de locais com cachoeiras privadas deixem avisos aos turistas para evitar acidentes, principalmente nas épocas de verão com altos índices de chuva.