O anvanço tecnológico nas relações
É inegável todo o avanço tecnológico que vivemos atualmente. A circulação de informações é ultra rápida! Celulares que são pequenos computadores, tablets, aplicativos e toda sorte de aparatos que visam “facilitar” nossa vida. E muitas vezes facilitam mesmo. É bem prático um GPS te ajudando a conhecer uma cidade nova. Além dos inventos, temos uma era de novos tipos de relações, as virtuais. Hoje é possível conhecer pessoas na China, estando aqui no interior do Brasil. Amizades, namoros e até casamentos são gerados através da internet, virtualmente. A grande questão não é se os avanços são bons ou ruins. São uma realidade e não tem mais como lutar contra. Então o que podemos refletir a respeito desse novo tempo na espécie humana? Quando vamos a um restaurante, shopping ou qualquer lugar público vemos uma grande parte das pessoas vidradas em seus iphones ou galaxy, mexendo nos aplicativos, respondendo e-mails, atualizando seu status no facebook e por aí vai. Mas, e as pessoas que estão do nosso lado? Por vezes os casais saem para jantar e cada um se concentra tanto em seu mundo virtual que a realidade de olhar para o outro, tocar as mãos e manter uma conversa interessada, praticamente não existe. Como serão os jantares à luz de velas daqui há uns dois anos (ou menos)? Um tablet no meio da mesa com a vela digital, enquanto ambos conversam via whatsapp. É bom interagir com o mundo, receber notícias ao vivo, ser informado, “moderno” quem sabe. Mas não existe nada melhor do que o calor da presença do outro. Do amigo que chamou para comer uma pizza, da esposa que preparou um jantar, do pai que quer ver um filme junto. Essas coisas não precisam de aplicativos, nem ter crédito para funcionar. Mas precisam ser recarregadas frequentemente.
Nos esmeramos em cuidar do famoso Pou e esquecemos de parar para ouvir o dia do nosso filho. Queremos receber curtidas nas fotos que postamos no Instagram, mas não nos importamos em ouvir as queixas ou elogios de que está do nosso lado. Tamanha é a nossa imersão nesse novo jeito de viver. Que até ouvimos o celular tocar quando não tocou. Sentimos a bolsa vibrando e rapidamente vamos checar alguma notificação. Dia e noite sem que o celular fique ao menos um pouco desligado. E se ficamos sem sinal, nos sentimos perdidos, como se não pertencéssemos à raça humana. Mas será? Será que para sermos humanos, precisamos cada dia mais dos robôs?
Analisando melhor
Vale refletir que numa era digital, não podemos deixar sumir o real. O que toca, pega, que transmite vida, energia. Afinal, por melhor que seja um aplicativo, nunca poderá reproduzir fielmente o cheiro de terra molhada depois que chove. Ou o gosto do seu prato favorito, ou a sensação gostosa de uma brisa num dia quente. Todas essas sensações são reais. Tudo isso que nos faz sentir vivos. Então vale a pena experimentar um dia sem celular, sem computador. Isolados do mundo virtual, curtindo as alegrias de um mundo bem real que nos cerca. Nos deixando emocionar por uma música que embala nossa manhã. Ou por uma criança que passou aconchegada no colo da mãe. Ou apenas pelo sol que se põe todos os dias. É a vida acontecendo do lado de fora da tela touch de um celular.