Depois de conhecermos as principais características necessárias para o desenvolvimento de uma liderança de sucesso, vamos apontar os grandes exemplos que encontramos em nossa sociedade. É possível identificar inúmeros executivos do ambiente de administração que desempenham atividades como gestores e outros modelos de líderes não necessariamente incluídos em organizações. A liderança é mais do que simplesmente influenciar ou comandar pessoas, é antes de tudo, um jeito de ser, uma característica própria externada em qualquer situação vivenciada.
A partir deste conceito, percebe-se o interesse do mercado em “fabricar” líderes que nem sempre possuem estas características de pró-atividade, empreendedorismo, comando. Aí, espelham-se nos exemplos de êxito de nossa humanidade. Ter mentores, admirar personalidades de sucesso é incrível para aquele que deseja seguir o mesmo caminho, porém, por si só não define a realização deste objetivo. O líder ideal é formado por diversos valores que quando não absorvidos pela personalidade, cultura e experiências vividas, são perfeitamente possíveis de se adquirirem com dedicação, estudo e o interesse de avançar mais.
Reconhecer que somos humanos e cometemos erros é o princípio para compreender que um líder tem atitudes nem sempre assertivas e que liderar bem é atingir resultados satisfatórios apesar dos erros, e mais, é aprender com as posturas imprecisas. Os exemplos de líderes aqui citados, são indivíduos que se destacam apesar de seus erros, pois acreditamos sim, que em algum momento eles erraram. Contudo são lembrados pelos acertos, pela superação e capacidade de ser gestor de seus próprios passos, reconhecendo falhas, extraindo o melhor do outro, inovando e aspirando futuros momentos de sucesso.
Roberto Justus
Em 1981 estreia como empreendedor, sócio de uma empresa de Comunicação. Com crescimento vertiginoso, revela a qualidade na gestão. Além de liderar um quadro extenso de funcionários e posteriormente de outras empresas, Justus se vê liderando também o mercado e expandindo internacionalmente. Uniu o conhecimento de gestão com a criatividade e a ousadia de um publicitário. Resultado? É isso aí: uma carreira de sucesso e a premiação de Líder mais Admirado por 35 Mil universitários brasileiros em pesquisa no ano de 2009. (A pesquisa, intitulada "Empresa dos Sonhos dos Jovens", fora organizada por um escritório de recrutamento --a Cia de Talentos--, em parceria com a Nextview e a TNS, duas agências de pesquisas de mercado).
Não iremos analisar sua trajetória de empresário, que é tão reconhecida. Como Líder, Roberto Justus traça um caminho de prestígio, sendo preciso e dinâmico. Aponta a receita de sua notoriedade:
- O líder deve ter paixão pelo que faz. "Senão você simplesmente não consegue trabalhar";
- Visão significativa de oportunidades;
- Informação sobre assuntos gerais. "Não adianta ser um especialista em apenas uma coisa e desconhecer outros assuntos importantes";
- Ética. "Antes uma característica básica de todos, hoje a ética no Brasil passou a ser um diferencial";
- Equilíbrio entre razão e emoção. "Não dá para ser nenhum dos extremos, pois as decisões certamente não seriam as mais ponderadas";
- Saber planejar tão bem quanto executar as tarefas.
Outro exemplo muito elogiado é o Bernardinho.
Também não iremos exaltar suas qualidades como técnico das seleções de vôlei masculino e feminino que perdura até hoje, coloridas pelas centenas de medalhas em campeonatos inclusive mundiais. Vamos enxerga-lo como o gigante líder que também o é.
Não é só uma lista de práticas que o fazem tão próspero profissionalmente. Bernardinho incorpora em seu trabalho uma carga emocional grande que empurra e levanta seus liderados em quadra. Existe uma postura de o quê e como falar (ou gritar, quando necessário). Ele é o nono jogador em quadra sem ao menos tocar na bola.
O líder de sucesso é assim: inspira que os outros façam. Os liderados o sentem presente o tempo todo, mesmo que na prática o líder não esteja por perto. Na verdade, estar por perto e estar presente são dois conceitos diferentes. E Bernadinho expressa a sua presença como força, garra, conhecimento. Ele se coloca como parte do time. Todos estão em um mesmo “barco” e cada um irá desempenhar sua própria tarefa. Este é um líder que vibra com o acerto, que aponta o defeito e imediatamente vibra de novo com a capacidade de sua equipe “virar o jogo”.
Este tipo de líder é sempre ovacionado por seus liderados que remetem à ele, parte da responsabilidade da vitória. Bernadinho também tem seus inspiradores. E se como técnico estudou e aperfeiçoou suas táticas no esporte, procurou também estudar e empenhar-se em buscar conhecimento sobre a integração com seus liderados, psicologia de grupo, visão motivacional, estratégia comportamental. Porém, sabemos que, a motivação principal da equipe, vem do entusiasmo real do líder.
Outro exemplo de líder que analisaremos é o sr. Carlos Alberto Parreira.
Autor de obra exaltando a motivação na liderança, na prática mostrou-se um líder pouco eficaz. Que Parreira seja preparado, sábio e capaz de desenvolver um trabalho interessante com o grupo futebolístico é indiscutível. Porém identificamos que algumas práticas, talvez decorrentes de sua personalidade, foram determinantes para a sequência de tantos erros e resultados insatisfatórios. De repente um líder tem ao seu comando o grupo mais visado e mais bem preparado tecnicamente. Um verdadeiro time de estrelas, puro talento que para a tristeza da nação brasileira, é derrotado por uma equipe nem tão talentosa assim.
Parreira confiava na equipe e em sua própria capacidade. Mas na atuação de seu grupo ficava inerte. Esperava a tarefa ser completada, ainda que falha para depois apontar os erros e enviar um feedback para seus liderados. Colocar-se neste papel é como dizer aos colaboradores que o líder está fora do grupo, é superior. O líder expressa a ordem, avalia, critica e até pode elogiar se este for o caso. Porém, é uma força fora da equipe. Parreira exprime características como: saber ouvir seus colaboradores, disciplina, controle emocional, conhecimento técnico. Más não mostra verdadeira paixão pelo que faz. Não motiva realmente a equipe. E a equipe passa a ser espelho de seu líder. Desta forma tivemos na copa do mundo um desfile de estrelismo e pouca vontade de agir como uma equipe.
Uma qualidade fundamental para a boa gestão é a inovação. Um líder que tem ousadia, identifica conflitos e os resolve mais rapidamente e de maneira favorável às partes. Ser inovador é visualizar oportunidades, é mostrar-se flexível e aberto à ideias que podem resultar uma melhoria em vários sentidos. É perceber as qualidades dos indivíduos do grupo e saber utilizá-las no momento certo. Esperar a equipe terminar a tarefa para corrigir ou dar um feedback é mostrar desinteresse com o resultado e desacelerar o processo de aprendizagem, que pode ser muito mais favorável quando se tem um líder participativo.
Espelhar-se em um líder é como inspirar-se a também desenvolver as habilidades ensinadas e praticadas pelo “mestre”. E definitivamente, vejo que Henry Ford estava certo ao dizer: “Questionar quem deve ser o patrão, é como discutir quem deve ser o saxofonista num quarteto: evidentemente, quem o sabe tocar.” Sem dúvida alguma, acredita-se na capacidade intelectual do profissional tornar-se apto para liderar. São ensinamentos eficazes, uma busca incansável para compreender o outro e lhe dar com as peripécias do cotidiano e superar-se a cada instante. Contudo, a arte de administrar pessoas é mais complexa, por envolver sentimentos, emoções e uma bagagem extensa de aprendizado que não é matemático, é sim, natural e prático: estar satisfeito com o que faz, estar feliz.
A primeira característica a ser analisada para o desenvolvimento de um líder de sucesso é exatamente este: se o profissional se encontra nesta experiência. Caso contrário, é melhor definir outros objetivos. Não pela incompetência possivelmente demonstrada. Entretanto, o ser humano precisa encontrar no outro que o lidera, a paixão por fazer melhor, um estímulo que as vezes ele não encontra em si mesmo. E demonstrar ser o que de fato não o é, é se jogar de um precipício e fazer com que toda a equipe também pule.
Um líder pode motivar e influenciar as pessoas para o lado positivo ou negativo. Existem profissionais brilhantes que renderiam muito mais em outro cargo que não o líder. Mas cada um só vai saber qual caminho seguir é caminhando. Conclui-se que administrar é uma arte em constante movimento, permanente aprendizado e o fazer pela naturalidade, espontaneidade e amor é mais assertiva do que apenas pela qualificação. O bom líder não apenas dar ordens. Isso é autoritarismo somente. O bom líder motiva e lapida as esmeraldas que existe em cada profissional de sua equipe.