A microgravidade ou ausência dela pode ter efeitos no organismo do ser humano, tendo em vista que o corpo está acostumado com a gravidade da Terra. Dessa forma, quando os astronautas partem para suas viagens espaciais acabam tendo problemas de saúde.
A microgravidade pode ser sentida na Terra quando se realiza acrobacias, ficar de cabeça pra baixo por exemplo, ou fazer várias cambalhotas seguidas. A sensação que é gerada por essas atividades é semelhante ao que os astronautas sentem no espaço.
A síndrome de adaptação do espaço, ou seja, a dificuldade de adequação do corpo à baixa e a gravidade é capaz de provocar enjoos, tontura e fraqueza física, sendo esses os principais sintomas sentidos por astronautas.
As reações do corpo nas viagens espaciais
O organismo do ser humano reage de inúmeras formas quando se encontra fora da Terra, abaixo estão elencadas as principais alterações fisiológicas:
- Fluxo sanguíneo: o fluxo sanguíneo tem ajuda da gravidade na Terra, quando não há essa gravidade, o fluxo é alterado e acaba se precipitando na parte superior do corpo, sobretudo na cabeça. Logo, a cabeça tende a ficar inchada e as pernas mais finas;
- Músculos e ossos: não há necessidade de forçar muitos movimentos, já que não é preciso suportar o corpo, pois ele passa a flutuar. Com isso, os músculos tendem a se deteriorar e se atrofiar, enquanto os ossos perdem cálcio e ficam mais fracos;
- Visão: com a concentração de sangue na cabeça, o nervo óptico é comprimido, modificando a visão do astronauta, deixando-a mais borrada. Além disso, à exposição a raios cósmicos faz os astronautas enxergarem luzes mesmo com os olhos fechados;
- Paladar: com a microgravidade, os astronautas se sentem como se estivessem sempre gripados. Assim, a capacidade de sentir gostos fica comprometida e é preciso comer alimentos muito picantes para sentir alguma coisa.
O que dizem os especialistas
O médico Luís Cláudio Luttis em entrevista ao portal ISTOÉ, explica que na ausência de gravidade, os discos da coluna vertebral se expandem e faz com que os astronautas ganhem até três centímetros de altura.
“Há alterações muito rápidas na pressão, na frequência cardíaca e na distribuição de líquidos pelo corpo. É parecido quando se faz uma viagem numa estrada cheia de curvas ou tentamos nos divertir numa montanha-russa”, disse o especialista à ISTOÉ.
A explicação de queixas de alguns astronautas, que relatam a vontade de urinar constantemente é justificada porque, segundo Luttis há uma redistribuição de líquidos pelo corpo, o que pode fazer o astronauta perder quilos no espaço.