Imagine acordar para mais um dia normal de trabalho e se deparar com a ausência de alguns aplicativos em seu celular. No mínimo estranho, mas foi o que aconteceu na China neste início de ano, reflexo das medidas do governo comunista do país.
Em comunicado para os veículos de comunicação, o governo chinês afirmou que o órgão oficial pela administração da internet excluiu mais de 9.300 aplicativos de celular e desativou 700 páginas, totalizando uma exclusão de mais de 7 milhões de informações online.
O motivo
O governo afirma que a exclusão tinha como objetivo eliminar informações vulgares e de baixo nível que os aplicativos e sites disseminavam.
O motivo desta intensa e rigorosa fiscalização não pareceu muito claro, mas está alinhado aos preceitos que o governo Chinês possui para tentativa do controle da imprensa e internet.
Um dos veículos que mais sofreu com as ações do governo foi o aplicativo “Tencent Holdings”, famoso veículo de notícias rápidas.
Para o governo, o aplicativo está poluindo e atrapalhando o ecossistema da internet com notícias irrelevantes. Como apurou o Bloomberg News, a Baidu e a Sohu.com também foram obrigadas a filtrar vários veículos de notícias neste ano.
Os aplicativos e sites afetados foram orientados pelo órgão de controle a refazer e reestruturar suas bases operacionais e conteúdo.
O reflexo
Os reflexos da ação se deram até na bolsa de valores. Ações da empresa Tencent caíram 0.8% na data da operação. A empresa não quis comentar o caso.
Não é de hoje que ações impostas aos veículos de comunicação, principalmente aos relacionados com a internet, são realizadas na China.
Desde de 2009, o gigante Facebook, por exemplo, está bloqueado da realidade dos milhões e milhões de chineses.
Este é um aspecto que parece muito distante da nossa realidade brasileira, que acordamos e dormimos checando nosso Facebook. Entretanto, o bloqueio se dá pela mesma base ideológica desta última ação de exclusão:
São ferramentas de divulgação de fakenews, boatos e ideias contrárias à prosperidade da China.
Outros veículos também são bloqueados permanentemente ou sofrem censuras parciais, como:
- a Google, maior empresados meios virtuais;
- a Wikipédia, que é talvez um dos mecanismos mais populares para pesquisa;
- o Linkedin, que tem como o objetivo a reunião de pessoas com foco em atividades profissionais e busca por emprego;
- o New York Times, famoso tabloide americano de notícias;
- e até mesmo a rede de vídeos Youtube.
O Whatsapp
A cereja do bolo dos bloqueios do Governo pode ser ilustrada com o Whatsapp.
O maior mecanismo de mensagens rápidas do mundo não é popular na China.
Para contornar isso, os chineses são presenteados com o aplicativo WeChat, que é local e pode fornecer informações dos usuários para o órgão controlador do espaço cibernético do país sempre que for solicitado.
Parece que o sistema de controle da República popular da China é bem rigoroso e a utilização da internet não parece ser muito fácil no país.
Uma pena já que este território asiático possui uma das velocidades de internet mais rápidas do mundo.