Coisas Boas das Férias
Uma má rapariga não se cala, tem cultura, é senhora das suas ideias, usa conscientemente a sua liberdade, não se deixa usar e não tem sentimentos de culpa quando não é demasiado “simpática” com quem a quer fazer de parva. Às vezes faz “tromba”, “empina o nariz” e grita “basta!”.
Ás mulheres que fazem parte da lista das “boas raparigas” e que estão a ler o que estou a escrever, peço um pouco mais de paciência para lerem o resto; aos homens que conseguiram ler até aqui sem dizerem, com ar de enfado, “conversa da treta”, ou que resistiram a passar a outro link , os meus parabéns!
O que se segue não é mais fácil de engolir, por isso fiquem os corajosos!
As “más raparigas” não andam a “toque de caixa”, mas têm o seu ritmo próprio, gostam de si mesmas, têm uma visão do seu caminho pessoal, fazem exigências concretas, “infringem as regras”, correm riscos e não têm medo de críticas (obviamente são criticadas!).
Têm prazer em ser raparigas e não se preocupam com essa fragilidade feminina de quem quer ser igual aos homens. Os homens e as mulheres não são iguais e ainda bem. Simplesmente uma “má rapariga” em vez de se perder em argumentos feministas aproveita as diferenças e sabe tirar proveito delas.
O resultado é evidente: uma “má rapariga” é feliz e, por isso, sabe como fazer felizes os outros. É uma pessoa cativante, porque é o que é e sente-se bem assim; não acha a vida monótona ou desprovida de objetivos, mas luta por alcançar todos os seus justos objetivos. É capaz de amar sem limites, porque reconhece os seus limites e sabe que não é possível dar o que não se tem ou não se recolhe. É por isso que as “ boas raparigas”, segundo a autora do livro, “ Vão para o céu” e as más “vão para todo o lado – para o céu…e para a terra!”
Se por acaso, amigas leitoras, estão escandalizados com esta visão revolucionária do papel feminino, parem um pouco, respirem fundo, olhem-se no espelho e perguntem:“ Sou feliz? Gosto de mim? ” Sejam sinceras na resposta e se responderem “não” repensem seriamente as vossas vidas. Não aceitem que vos chamem “egoístas” se precisam de uma hora para vós próprias, não desistam de si mesmas, não subestimem as vossas capacidades la vossa inteligência.
Tirando a má impressão
Dedico-vos um parágrafo da autora Ute Ehrhardt e aconselho todas aquelas que se escandalizaram com a minha exposição, a ousarem comprar o livro e a lê-lo de ponta a cabo.
«As raparigas mal comportadas…não deixam que os outros as façam dar em doidas. A sua bitola são as suas convicções e emoções profundas. Quando sentem um mal-estar difuso, procuram as suas causas. Não duvidam de si, mas dirigem o olhar para cima. Não se deixam levar por aqueles que lhes parecem superficialmente simpáticos. Não deixam que tentem dissuadi-las das suas preocupações, dos seus receios ou das suas dores ou decidam o que é bom para elas (…) se alguém as ameaça com catástrofes assim que elas revelam os seus desejos, preferem assumir as consequências a desistir. Em caso de dúvidas separam-se dos outros e não de si próprias.»
Aos meus leitores do sexo masculino – sobretudo aqueles que não acharam a mínima graça a esta defesa das “más raparigas” – deixo uma questão (sejam sinceros!): o que preferem ter a vosso lado, uma mulher passiva, com a mente duma minhoca, sem opiniões próprias, dependente a todos os níveis, pouco estimulante, cheia de achaques físicos e estados depressivos; ou uma companheira à altura, a todos os níveis, que é, amiga de todas as horas, ativa, cheia de energia criativa e que está do vosso lado, como igual, para o melhor e para o pior?
A vossa resposta, como é evidente, dirá muito mais sobre vós próprios, do que sobre as mulheres (as “boas” e as “más”), porque, acreditem, cada um acaba por obter exatamente aquilo que escolhe e …deseja.